Bem-vindos

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quarta-feira, 5 de março de 2014

ANJOS CAÍDOS

 

 



ANJOS CAÍDOS
Anjos caídos exilados do paraíso
Asas ceifadas agora conhecem a dor
Montados na carruagem
Indomável dos sentidos
Submissos as tentações
Do mundo falecido
Anjos caídos, perdidos na madrugada
Anjos caídos, suas asas ceifadas
Anjos caídos, perdidos na madrugada
Anjos caídos, suas asas ceifadas
O toque da donzela
O som do violino
O aroma das dálias
O sabor do absinto
Prazeres ofertados por um mundo corrompido
Não sabem porque lamentam
Os mortos e os vivos
Anjos caídos, perdidos na madrugada
Anjos caídos, suas asas ceifadas
Anjos caídos, perdidos na madrugada
Anjos caídos, suas asas ceifadas
O toque da donzela
O som do violino
O aroma das dálias
O sabor do absinto
Prazeres ofertados por um mundo corrompido
Não sabem por que lamentam
Os mortos e os vivos
Anjos caídos, perdidos na madrugada
Anjos caídos, suas asas ceifadas
Anjos caídos, perdidos na madrugada
Anjos caídos, suas asas ceifadas
Condicionados a degustar o fruto proibido
Seus corpos envenenados todos destruídos
Condicionados a degustar o fruto proibido
Seus corpos envenenados todos destruídos
Anjos caídos
Anjos caídos
Anjos caídos
Anjos caídos

 


( Noturna Régia )
Members: Daniel D.vill .... ( Vocais ) Thiago Macedo ... ( Contrabaixo ) Rodolfo Tietre .... ( Guitarras ) Valdênio Solfieri ..( Guitarras ).

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O Prazer e a Dor



O prazer e a dor não conhecem a duração. A sua natureza é dissiparem-se rapidamente e, por conseguinte, só existirem sob a condição de ser intermitente. Um prazer prolongado cessa logo de ser um prazer e uma dor continua logo se atenua. A sua diminuição pode mesmo, por confronto, tornar-se um prazer. O prazer só é, pois, um prazer sob a condição de ser descontínuo. O único prazer um pouco durável é o prazer não realizado, ou desejo.
O prazer somente é avaliável pela sua comparação com a dor. Falar de prazer eterno é um contra-senso, como justamente observou Platão. Ignorando a dor, os deuses não podem, segundo Platão, ter prazer. A descontinuidade do prazer e da dor representa a conseqüência dessa lei fisiológica: “A mudança é a condição da sensação”. Não percebemos os estados contínuos, porém as diferenças entre estados simultâneos ou sucessivos. O tique-taque do relógio mais ruidoso acaba, no fim de algum tempo, por não ser mais ouvido, e o moleiro não será despertado pelo ruído das rodas do seu moinho, mas pelo seu parar.

É em virtude dessa descontinuidade necessária que o prazer prolongado cessa logo de ser um prazer, porém uma coisa neutra, que só se pode tornar novamente vivaz depois de ter sido perdida. A felicidade paradisíaca sonhada pelos crentes deixaria logo de possuir atrativos do paraíso para o inferno.O prazer é sempre relativo e ligado às circunstâncias. A dor de hoje torna-se o prazer de amanhã e inversamente. Dor, para um homem que abundantemente jantou, ser condenado a comer côdeas de pão seco; prazer, para o mesmo indivíduo abandonado durante muitos dias, sem alimentos, numa ilha deserta.
Diz com razão a sabedoria popular que cada qual tem o seu prazer onde o encontra. O prazer do operário que bebe e vocifera na taverna, sensivelmente difere do prazer do artista, do sábio, do inventor, do poeta, ao comporem as suas obras. O prazer de Newton, ao descobrir as leis da gravitação, foi, sem dúvida, mais vivo do que se ele houvesse herdado as numerosas mulheres do rei Salomão. A importância do papel da sensibilidade ao prazer e à dor nitidamente se manifesta, quando procuramos imaginar o que poderia ser a existência de um desses puros espíritos, tais como os sectários de muitas religiões os supõem.
Desprovidos de sentidos e, portanto, de sensações e de sentimentos, eles permaneceriam indiferentes ao prazer e à dor e não conheceriam nenhum dos nossos móveis de ação. Os mais angustiosos sofrimentos de indivíduos outrora queridos por eles não os poderiam comover. Não teriam, pois, nenhuma necessidade de comunicar com eles. Não se concebe sequer a existência de tais seres.

Gustave Le Bon, in "As Opiniões e as Crenças"

Mariolatria


Desenvolverei este tema posteriormente. No momento deixo este texto para sua reflexão.




SEMIRAMES E NINRODE – Por meio de suas artimanhas e de sua astúcia, Semíramis converteu-se na "Rainha do Céu"dos Babilônicos, e Ninrode sob vários nomes, converteu-se no "Divino Filho do Céu". Por gerações neste culto idólatra. Ninrode passou a ser o falso Messias, filho de Baal: o deus-Sol. Nesse falso sistema babilônico, "a mãe e a criança" ou a "Virgem e o menino"(isto é, Semíramis e Ninrode redivivo), transformaram-se em objetos principais de adoração. Esta veneração da "virgem e o menino" espalhou-se pelo mundo afora; o presépio é uma continuação do mesmo, em nossos dias, mudando de nome em cada país e língua. No Egito chamava-se Isis e Osiris, na Ásia Cibele e Deois, na Roma pagã Fortuna e Júpiter, até mesmo na Grécia, China, Japão e Tibete encontra-se o equivalente da Madona (minha dona ou minha senhora), muito antes do nascimento de Jesus Cristo!


Essa foto te lenbra outra? Coincidência? Claro que não.
Falarei sobre o Sincretismo religioso e como a Igrja Católica aproveitou-se de cultos e ritos pagãos para seu benefício. Exemplos? Carnaval, Natal. e claro o rentável Culto a Maria.
Em breve!

Sexo no Internato: Professor Usa Alunas como "Escravas"

Olá, conheci este site através de uns amigos da minha igreja. O que eu vou contar aqui não é contra a Administração da Igreja, mas, sim, contra uma pessoa que trabalha na Obra.

Estudei durante 4 anos em um internato no Interior de SP e foi lá que tudo ocorreu. Viera da região Sul do Brasil e fui bem acolhida. Nesse colégio, conheci muita gente legal, mas, também, muita gente desonesta.

O que vou contar é triste, chocante e sério, mas vou procurar resumir. Envolve o professor ...................................., que ainda dá aulas nessa instituição. É bem conceituado, tem cargo administrativo... Na época que o conheci, ele e a mulher dele começaram a conversar comigo e, como eu era muito simples, não via maldade em ir para a casa deles dormir.

Aos poucos, acabei me envolvida pelos seus "jogos" e comecei a entrar no mundo dele e dela. Eles praticavam sadomasoquismo comigo. Eu era sua escrava e fazia tudo que eles mandavam. Já tinha mais de 18 anos quando tudo aconteceu. Não vou mentir que não gostava. Sim, participava de tudo que eles me pediam e juntamente com outras garotas do internato.

Não havia sexo (penetração). Nunca tive uma relação sexual completa ele. Eu só servia para eles como uma escrava em um "jogo" mesmo. Carícias, violência discreta, esse tipo de coisa... Ele nunca me machucou.

Esse tipo de envolvimento me favoreceu muito no colégio. Fui colocada em outro lugar e estava sempre bem favorecida em várias situações. Na mesma época, conheci meu atual marido, que também foi envolvido nesses "jogos". Aos poucos, fomos nos distanciando desse casal e eles de nós. Nunca nos ameaçaram ou prejudicaram, mas eles continuavam a ter outros relacionamentos com outras garotas, todas "escravas" deles. Eles amam o Sadomasoquismo e vivem isso.

Isso foi meu passado. A minha bronca é que, agora, quase cinco anos depois, eu estava passeando na igreja desse colégio e fui procurada por esse professor para voltar a me relacionar com ele como sua "escrava". Achei um absurdo isso. Eu já tenho uma filha de um ano. Tenho meu próprio negócio. Meu marido não trabalha na Obra. Mesmo assim, ele insistiu muito. Descobriu a cidade em que moramos e já mandou até presentes para a gente. Ele não cansa!

Como pode um professor de um colégio agir assim, querendo esse tipo de relação. Eu sei que ele tem ainda outras garotas, que atende a ele e sua mulher. Acho isso um absurdo. Tenho provas e até mesmo algumas fotos daquela época.

Na minha opinião, ele deveria ser mandado embora da Obra e nunca mais poder trabalhar no colégio. Meu marido falou como ele para nunca mais nos importunar se não a coisa iria ficar preta para o lado dele e ele aquietou um pouco, parou de nos procurar.

Eu fico indignada com isso e gostaria de expressar aqui meu pesar contra esse homem, professor "tão respeitado" e com sua "reputação inabalável"... Para mim, é um absurdo um homem desses estar na Obra. Tenho fotos e mais provas. Gostaria que você colocasse minha carta, pois, no fundo, tenho muita raiva desse homem que atrapalhou minha vida. -- Ex-aluna


Fonte: http://www.adventistas.com/abril2002/sexo_internato.htm

A História Secreta dos Papas




Título: A História Secreta dos Papas
Autor: Brenda Ralph Lewis
Editora: Editora Europa
Ano: 2010
Idioma: Português

Ficha Técnica

ISBN: 978-85-7960-025-8
Especificações: Brochura | 230 x 160 | 256 páginas
R$ 99,90



Sinopse

O livro A História Secreta dos Papas mostra como um número impressionante de sumos sacerdotes da Igreja Católica agiu de forma totalmente contrária aos ensinamentos cristãos.

Durante a Idade Média não faltaram papas que foram especialistas em conspirações, assassinatos e até bruxarias.

O livro conta algumas das histórias mais assustadoras do Vaticano. Uma delas é o Sínodo do Cadáver, em que o bondoso - e falecido - papa Formoso foi desenterrado, julgado por seu sucessor Estevão VII e jogado no Rio Tibre. Outro pontífice foi particularmente vergonhoso para a Igreja Católica: João XII castrou um de seus cardeais, cegou outro e chegou a brindar ao demônio em um de seus bacanais. "A História Secreta dos Papas" também conta com detalhes como funcionou a sanguinária Inquisição e conta a história de algumas das suas mais célebres vítimas, como Galileu Galilei, que só escapou da morte porque foi obrigado a negar publicamente seus ideais. Mesmo assim, o cientista viveu em prisão domiciliar e morreu melancolicamente.

Leia abaixo um trecho de "A História Secreta dos Papas" sobre João 12°.

Dormiu com as prostitutas de seu pai e chegou ao cúmulo de manter relações com sua própria mãe. João XII também presenteava suas amantes com cálices de ouro, verdadeiras relíquias sagradas da igreja de São Pedro. Ele ainda cegou um cardeal e castrou outro, causando sua morte. Apoderava-se das oferendas feitas pelos peregrinos para apostar em jogos. Nessas seções de jogatina, o próprio papa costumava evocar os deuses pagãos para ter sorte ao arremessar os dados. As mulheres eram advertidas a se manterem longe de São João de Latrão, ou de qualquer outro lugar frequentado pelo papa, pois ele estava sempre a procura de novas conquistas. Após pouco tempo, os romanos estavam tão furiosos com tais atitudes que o papa começou a temer por sua vida. Sendo assim, resolveu saquear a igreja de São Pedro e fugir para Tívoli, a 27 quilômetros de Roma.

João XII estava causando tanto estrago ao papado e ao Vaticano, superando os crimes e pecados de seus antecessores, que um sínodo especial foi convocado. Todos os bispos italianos, 16 cardeais e outros prelados (alguns alemães), reuniram-se para decidir o que fazer com o devasso pontífice. Convocaram testemunhas e ouviram evidências sob juramento. Então, fizeram uma lista que adicionava ainda mais acusações às informações bizarras e assustadoras que já possuíam sobre João. Algumas delas foram descritas em uma carta escrita a João pelo Imperador do Sacro Império Romano, Otto I da Saxônia:

O papa João, ainda no exílio em Tívoli, respondeu a Otto em termos ameaçadores que aterrorizaram Roma. Caso o sínodo o depusesse, ameaçou excomungar todos os envolvidos, e assim não poderiam celebrar missas ou conduzir uma ordenação. Em termos cristãos, esse é o pior castigo que um papa pode dar, pois a excomunhão significa estar fora da igreja, perdendo sua proteção e arriscando o espírito imortal.

A Vingança de João XII

O imperador Otto não se curvou à ameaça de excomunhão do papa e o depôs, colocando em seu lugar o papa Leão VIII sem que João soubesse. Quando retornou a Roma, em 963 D.C., sua vingança foi infinitamente pior que sua ameaça. João XII depôs o papa Leão e, ao invés da excomunhão, executou e mutilou todos os que fizeram parte do sínodo. Um bispo teve a pele arrancada, um cardeal teve o nariz e dois dedos cortados e a língua arrancada, e 63 membros do clero e da nobreza romana foram decapitados. Na noite de 14 de maio de 964, parece que todas as rezas implorando a morte de João XII foram ouvidas. Segundo a descrição do bispo João Crescêncio de Protus: "enquanto estava tendo relações sujas e ilícitas com uma matrona romana, o papa foi surpreendido pelo marido de sua amante em pleno ato. O enfurecido traído esmagou seu crânio com um martelo e, finalmente, entregou a indigna alma do papa João XII a Satã".

A Morte Chega para Marózia

A Igreja ainda não tinha acabado com a família das "meretrizes", que gerou nove dos mais pecaminosos papas já existentes e denegriu o nome do papado. Em 986, 22 anos após a dramática morte de João XII, o bispo Crescêncio foi até o Castelo de Santo Ângelo para ver a mãe de João, Marózia. Aquela mulher antes exuberante agora parecia um saco de ossos, vestida em farrapos.

terça-feira, 20 de abril de 2010

O poder destrutivo de uma sociedade sexualmente doente

Géssica Hellmann e Alexis Kauffmann

Reich alerta sobre a peste emocional e suas conseqüências arrasadoras. Pensamos agora em todos os crimes contra a humanidade provocados por seres como nós, “Zés Ninguéns”.

Destruímos o belo, o natural, o divino em nome de nosso próprio egoísmo. Voltamos um pouco ao passado. No genocídio do povo judeu, o holocausto. “E quando arrastas milhares de homens, mulheres e crianças para as câmaras de gás, mais não fazes que cumprir o que te mandam, não é assim, Zé Ninguém? És tão inofensivo que nem sequer te dás conta do que se passa. És um pobre diabo que nada tem a dizer, sem opinião própria; quem és tu para te meteres na política?” (Reich, 1982:77).
A Part of Eternity 38 por Michael Price

A Part of Eternity 38 por Michael Price

Voltemos ainda mais um pouco no tempo, quando a mulher era a personagem central, numa sociedade matriarcal em que não havia divisão entre os sexos no poder. “Neste período havia uma liberdade sexual maior e, por esse motivo, havia poucas guerras para a conquista de territórios” (Hellmann, 2007a). Foi somente mais tarde no período neolítico que os homens descobriram o seu papel biológico na função reprodutora. Começaram então a exercer “seu poder” escravizando e dominando a mulher e, posteriormente, começaram as lutas pelo poder, guerras por território, a lei do mais forte.

O que era natural, a sexualidade, transforma-se em “dominação”: inicia-se a transformação do natural em perverso.

Reich grita nossa responsabilidade, nossa mediocridade, nossas barbaridades concebidas por uma sexualidade doentia: elegemos genocidas e criminosos e crucificamos quem poderia nos libertar.

O autor afirma ainda:

“Foi-te oferecida a escolha entre a exigência de superação do Übermensch de Nietzsche e a degradação do Üntermensch em Hitler. Berrando “Viva”, escolheste o Üntermensch.

Foi-te dado a escolher entre a constituição genuinamente democrática de Lênin e a ditadura de Stálin. Escolheste a ditadura de Stálin.

Tiveste a escolha entre a elucidação de Freud da origem sexual das tuas perturbações emocionais e a sua teoria da adaptação cultural. Escolheste a sua filosofia cultural, que não te trazia qualquer apoio, e esqueceste a teoria sexual. Pudeste escolher entre a magnificente simplicidade de Cristo, e Paulo, com o seu celibato para os padres e o seu casamento indissolúvel. Escolheste o celibato e o casamento indissolúvel esquecendo a mulher simples que pariu seu filho, Jesus, apenas por amor” (Reich, 1982:62).

Destruímos o que é natural, aprisionamos a “alma”, o espírito, num corpo. Deveríamos, sim, perceber que um reflete o outro, é conseqüência de nossas decisões. Não se pode separá-los.

Vivemos em um “lusco-fusco”, nem totalmente nas sombras e nem totalmente na luz. Temos a mesma capacidade para fazer o bem e para fazer o mal. O que nos nos leva a ser bons ou maus? Nossa teimosia na escolha de um dos lados. Sim, a persistência em caminhar mais próximo à luz que às trevas nos difere de seres maus, e vice e versa. O Homem Ético pode distorcer os conceitos mais belos e transmutá-los em ferramentas de opressão. Enquanto um homem aparentemente sem ética pode, na verdade, agir como uma força libertária.

Vamos agir direito, tentar ser bons uns com os outros, não porque alguém mandou, porque o livro sagrado disse, ou porque Nietzsche isso ou aquilo. Vamos agir direito, tentar ser bons uns com os outros, porque é a única saída. Porque é bom ser bacana com os outros e é bom quando alguém é bacana com a gente.

Em nossa luta, a maior dificuldade é aprender a não odiar o ódio, não odiar os que odeiam, para não nos tornarmos um deles. Nossa proposta é de sensibilizar, mostrar a beleza da diferença e deixar que o ódio se dissolva diante do Belo, como Ares, o deus da guerra, somente pode apaziguar-se em sua relação com Afrodite, a beleza encarnada em deusa, a sexualidade no ápice de sua expressão artística.
Do que você tem medo? Da mulher? Do gay? Do homem que te olha no carro ao lado? De viver e agir? De se envolver e amar?

Nós não temos medo de dizer – não ao preconceito. Não temos medo de buscar os fatos. Neste país que se orgulha de se dizer cordial e tolerante, batemos tristes recordes de violência contra minorias. Ódio de quê? Por quê? O que teme, homem brasileiro? Teme perder sua identidade? Teme ser rotulado; por isso rotula antes que alguém o faça? Por que você simplesmente não pode olhar a diferença sem classificar em “melhor” ou “pior”, “superior” ou “inferior”?

Acordemos! “Nada há a temer senão o próprio medo”. Somos uma gota no oceano. Mas, sem essa gota, o oceano estaria incompleto. Fazemos a nossa parte dando o grito de alerta, expondo fatos e a conclusão é sua.

Lembramos de mais uma afirmação de Reich “O teu ‘chauvinismo’ decorre naturalmente da tua rigidez, da tua prisão de ventre mental, Zé Ninguém. E não o digo com sarcasmo, porque te estimo, embora seja teu hábito esmagar os que te estimam e dizem a verdade” (Reich, 1982:49).

Os seres humanos conseguem distorcer o belo, transformando o natural em perverso. Reich (1991) afirma que a ‘moralidade’ é ditatorial quando confunde com pornografia os sentimentos naturais da vida.

Do pouco que podemos perceber ao revolver a ponta desse iceberg de lama negra, é que o diabo – a sexualidade reprimida extravasando-se por meios tortuosos – adora uma “boa causa”. Infiltra-se na Igreja, santifica-se e dá rédea solta aos seus verdadeiros asseclas, os apóstolos da “pureza da fé”, do “socialismo real”, do “nacional socialismo”, do “livre mercado”. A sexualidade sublimada logo é substituída pela perversidade pura e simples; os parasitas do sistema aboletam-se para tirar suas “casquinhas”; os corações repletos de ódio encontram um objeto jurídica e ideologicamente despido de quaisquer direitos para dele se aproveitar e punir como bem entenderem.

“Na tua mente tudo se perverte. Aquilo a que eu chamo um ato de amor, é, na tua vida, um ato pornográfico” (Reich, 1982:57).

No início, era o corpo, e o corpo era divino. Depois vieram os discursos sobre o corpo e o debate perdura. Divino é o verbo e, o corpo, satânico? Ou o contrário? Discursos, verbais e não-verbais, exaltam, divinizam, demonizam, mortificam o corpo a um ponto em que não é mais sentido: torna-se os sentidos que a ele se atribuem.

A despeito de toda a abertura e liberalidade conquistadas a duras penas durante o século XX, vemos, ainda hoje, mentes fossilizadas em conceitos sem fundamento outro que não o medo e a ignorância.

Um outro exemplo citado por Reich (1982:56) que demonstra a forma como destruímos nossa liberdade: “Tu sabes e eu sei e todos sabemos que vives num estado de permanente frustração sexual; que facilmente encaras com avidez qualquer membro do outro sexo; que as conversas que tens com os amigos sobre temas sexuais se resumem ao repertório de anedotas obscenas; que, em suma, a tua imaginação é, sobretudo, pornográfica”.

Por isso, este site não deixa de dizer o sexo. Com palavras e imagens, exercendo seu papel de educar olhos e ouvidos humanos, abrindo espaço para que Arte cumpra sua missão de encantar os humanos com o deleite do Belo, participando com sua “vassoura” da árdua mas sempre alegre faxina de ambientes mentais empoeirados e cheios de mofo, ou como diz Reich, “prisão de ventre mental”.

Nossa cultura ensina que a imagem do corpo humano nu e, particularmente, experimentando prazer sexual, é “pornográfica”. Ou será pornográfica nossa maneira de ver?

Desta forma não seria “pervertido” e até “proibido” os belos corpos nus pintados na Capela Sistina? O próprio corpo semi-vestido de Cristo na Cruz? O corpo nu é belo, é natural, é divino. Porque não poderia ter sua beleza perpetuada na arte? Quem pervete tal beleza possui uma mente doentia, uma sexualidade doente.

Abordamos a sexualidade, a corporalidade a arte e o nu. “Mas qual o limite entre arte e pornografia? Arte na minha opinião é uma forma de expressão cultural da beleza. O que inclui o corpo e o ato sexual em si. Já a pornografia, reduz o corpo e o ato sexual a um simples objeto com a única finalidade de masturbação”. (Hellmann, 2007b).

Reich (1982:91) mais uma vez mete o dedo na ferida fétida: “Acusa de pornografia a vida sexual sã, que tem em mente intenções pornográficas. Já te topamos, Zé Ninguém; vais-te tornando transparente sob a tua fachada de desgraça e submissão. O que te é pedido é que determines o rumo do mundo com o teu trabalho e a tua realização – substituir uma forma de tirania por outra é que nunca. O que se te exige é que te submetas às leis da vida tal como quererias que os outros fizessem; que te modifiques à medida que os vais criticando. Cada vez é mais óbvia a tua predisposição para a tagarelice a tua avidez, a tua irresponsabilidade – o mal de ti que conspurca toda a beleza da Terra”.

Liberdade? Queremos realmente a liberdade? Elegemos tiranos que nos mantém submissos, e por quê? Por medo da responsabilidade? Uma sociedade sexualmente doente, reprimida e frustrada: não seria esta a resposta para nossas escolhas?

Você é mais do que você pensa, você pode mais do que dizem, você é importante demais para prender-se a rótulos, preconceitos e idéias discriminatórias que não permitem que você exerça a plenitude de seu potencial. Você deve ser livre porque tem o direito de ser livre, porque, não importa de que nomes o chamem, você é, acima de tudo, um ser humano.

Sabemos amar? Amamos ao outro como gostaríamos de ser amado? “Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo: eis toda a Lei e os Profetas”.

Você sofreu mais que aquele cara na cruz? Ser cristão não é ser passivo, é preciso agir com vontade férrea para expulsar o Mal de nosso convívio. Mas, antes, amemos a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Amemos as vítimas do Mal mais do que os praticantes do Mal.

Sexualidade ainda é um tabu. Depende somente de nós conquistar a liberdade, um corpo e mente são. Sexo é essencial para a saúde física e mental mas, sem cuidados, pode até prejudicar sua saúde. Você se incomoda de passar adiante suas doenças? Sejam elas físicas ou mentais?

Sim, falemos agora da ignorância humana em relação a tantas doenças sexualmente transmissíveis. “Isso só acontece com os outros”. Acorde! Isso pode acontecer com você, com seu filho, com sua mãe, com seu vizinho!

A ignorância mata. A AIDS por exemplo, a guerra contra este mau está longe de ser vencida, e a maior vitória que poderemos conseguir será, sempre, evitar que ainda mais uma pessoa se infecte com esse demônio chamado HIV. Sim a ignorância é a melhor amiga da AIDS.

A quantos comerciais de marcas de preservativos você assistiu na TV nos últimos meses? Bom, eu não consigo me lembrar de nenhuma! Agora, a quantos comerciais de laxantes você assiste todos os dias na TV? Este fato me faz citar novamente Reich (1982:37):

“Como nunca aprendeste a criar felicidade, a gozá-la e a protegê-la, não conheces a coragem do indivíduo reto. Queres saber o que és, Zé Ninguém? Ouve os anúncios publicitários dos teus laxantes, das tuas pastas de dentes e desodorizantes… Já alguma vez prestaste atenção às piadas que o intelectualóide larga a teu respeito nas revistas? Piadas sobre ti e sobre ele, piadas de um mundo reles e desgraçado. Escuta a tua publicidade aos laxantes e saberás o que és”.

Sim o preservativo pode te salvar da AIDS e de tantas outras doenças sexualmente transmissíveis. Há inúmeros fabricantes de preservativos, a concorrência existe. Há dinheiro para isto, então metam a mão no bolso empresários, contratem “celebridades” para promovê-los, assim como fazem os fabricantes de “cerveja” e os de “laxantes”.

Por que, no Carnaval, não vemos camarotes de marcas famosas de preservativo? Divirta-se saudavelmente! Nossos estilistas, designers e artistas famosos poderiam fazer campanhas, obras-de-arte, estilos de moda, designs arrojados, utilizando a saudável camisinha como suporte.

Libertemo-nos da peste emocional, da ignorância, da doença de massa, dessa doença que nos leva à autodestruição. Viver a sexualidade não vai contra a natureza humana, muito pelo contrário. Faz bem, melhora nossa auto-estima, nossa saúde física e mental.

“Sentes-te infeliz e medíocre, repulsivo, impotente, sem vida, vazio. Não tens mulher e, se a tens, vais com ela para a cama só para provar que és ‘homem’. Nem sabes o que é o amor. Tens prisão de ventre e tomas laxantes…. Não sabes envolver o teu filho nos braços, de modo que o tratas como um cachorro em quem se pode bater à vontade. A tua vida vai andando sob o signo da impotência, no que pensas, no teu trabalho. A tua mulher abandona-te porque és incapaz de lhe dar amor. Sofres de fobias, nervosismo, palpitações. O teu pensamento dispersa-se em ruminações sexuais. Falam-te de economia sexual. Algo que te entende e poderia ajudar-te. Que te permitiria viveres à noite a tua sexualidade e que te deixaria livre durante o dia para pensar e trabalhar”. (Reich, 1982:41)

Podemos vivenciar nossa sexualidade de forma extremamente benéfica e positiva para um desenvolvimento sadio, desde que feito com muito amor. Reprimir é anular a si próprio. Respeitar, aprender a sentir e escutar as mensagens que seu corpo transmite proporcionará uma elevação da auto-estima. É preciso saber se amar para aprender a amar o outro. Amar o outro é doar-se. Quem não tem amor a si mesmo, não tem amor para dar.

Não podemos negar esta “energia vital” que existe dentro de nós. Não podemos separar o corpo do espírito, é preciso fazer esta higiene mental. Arte, sexualidade e corporalidade: é desta forma que caminhamos nesta missão, com o intuito de fazê-lo pensar. Diga não à ignorância, diga não ao preconceito, diga sim ao belo e ao que é natural. Viva plenamente a sua sexualidade. Eduque seus filhos como você gostaria de ter sido educado, e não como o fostes. Ame como gostaria de ser amado. Liberte-se!

Bibliografia:

Hellmann, Géssica. Da deusa à bruxa. Disponível em: http://www.gehspace.com/sexualidade26a30.htm#27. Acessado em 23/05/2007a.

Hellmann, Géssica. Pornografia, Erotismo e Arte: onde estão as fronteiras? Disponível em: http://www.gehspace.com/sexualidade21a25.htm#22. Acessado em: 23/05/2007b.

Reich, Wilhelm. A função do orgasmo – Problemas econômico-sexuais da energia biológica. São Paulo: Círculo do Livro, 1991.

_____________. Escuta, Zé Ninguém! Portugal: Martins Fontes Editora, 1982. 10a ed.


FONTE: http://gehspace.com/sexualidade/2008/12/10/o-poder-destrutivo-de-uma-sociedade-sexualmente-doente/

VIVER DO AMOR




VIVER DO AMOR
Chico Buarque

Pra se viver do amor
Há que esquecer o amor
Há que se amar
Sem amar
Sem prazer
E com despertador
- como um funcionário

Há que penar no amor
Pra se ganhar no amor
Há que apanhar
E sangrar
E suar
Como um trabalhador

Ai, o amor
Jamais foi um sonho
O amor é feroz
Faz em nós
Um estrago medonho

É por isso que se há de entender
Que amar não é um ócio
Se precaver
Que amar não é um vício
Amar é um sacrifício
Amar é um sacerdócio
À luz do abajur

É por isso que se há de entender
Que amar não é um ócio
Se precaver
Amar não é um vício
O amor é um nobre ofício
O amor é um bom negócio.