Bem-vindos

Bem-vindos

terça-feira, 18 de agosto de 2009


Mulheres de Atenas



Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem, imploram
Mais duras penas
Cadenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Sofrem por seus maridos, poder e força de Atenas
Quando eles embarcam, soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam sedentos
Querem arrancar violentos
Carícias plenas
Obscenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos, bravos guerreiros de Atenas
Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar o carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas
Helenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Geram pros seus maridos os novos filhos de Atenas
Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito nem qualidade
Têm medo apenas
Não têm sonhos, só têm presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas
Morenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos, heróis e amantes de Atenas
As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas
Não fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
Às suas novenas
Serenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos, orgulho e raça de Atenas




Oração da escrava

Dá-me a força, para responder a perguntas insondáveis…
Dá-me o entendimento, para saber do que Ele precisa…
Dá-me a mansidão para reter as más respostas…
Dá-me a serenidade para O servir em paz…
Dá-me o amor para me mostrar inteira a Ele…
Dá-me a ternura para O consolar…
Dá-me a luz para nos mostrar o caminho…
Dá-me a sabedoria para ser para Ele uma riqueza

Seja eu capaz de Lhe mostrar, em cada dia, pela
minha servidão, o meu amor…
Seja eu capaz de me abrir para Lhe pertencer completamente…
Sejam os meus olhos capazes de Lhe mostrar
em cada dia o amor que ponho em servi-Lo…
Sejam os meus olhos capazes de Lhe exprimir o mesmo respeito
sentada ao Seu lado ou prosternada aos Seus pés….
Seja eu capaz de ser mulher e aceitar graciosamente o meu castigo…
Seja eu capaz de aprender a ir além de mim para Lhe agradar…

Concede-me o poder de me dar toda a Ele..
dá-me a força para criar o Seu prazer e o meu…
Seja-me permitido amar a mim mesma, amando-o…
dá-me a paz de O servir.
Porque o meu desejo mais profundo, porque
o meu poder mais alto é completar
a vida Dele, como ele completa a minha”.
Obrigada por me aceitar como Sua escrava
e por me dar a honra de poder servi-Lo.

sábado, 15 de agosto de 2009


Geni e o Zepelim

De tudo que é nego torto Do mangue e do cais do porto Ela já foi namorada O seu corpo é dos errantes Dos cegos, dos retirantes É de quem não tem mais nada Dá-se assim desde menina Na garagem, na cantina Atrás do tanque, no mato É a rainha dos detentos Das loucas, dos lazarentos Dos moleques do internato E também vai amiúde Co'os velhinhos sem saúde E as viúvas sem porvir Ela é um poço de bondade E é por isso que a cidade Vive sempre a repetir Joga pedra na Geni Joga pedra na Geni Ela é feita pra apanhar Ela é boa de cuspir Ela dá pra qualquer um Maldita Geni Um dia surgiu, brilhante Entre as nuvens, flutuante Um enorme zepelim Pairou sobre os edifícios Abriu dois mil orifícios Com dois mil canhões assim A cidade apavorada Se quedou paralisada Pronta pra virar geléia Mas do zepelim gigante Desceu o seu comandante Dizendo - Mudei de idéia - Quando vi nesta cidade - Tanto horror e iniqüidade - Resolvi tudo explodir - Mas posso evitar o drama - Se aquela formosa dama - Esta noite me servir Essa dama era Geni Mas não pode ser Geni Ela é feita pra apanhar Ela é boa de cuspir Ela dá pra qualquer um Maldita Geni Mas de fato, logo ela Tão coitada e tão singela Cativara o forasteiro O guerreiro tão vistoso Tão temido e poderoso Era dela, prisioneiro Acontece que a donzela - e isso era segredo dela Também tinha seus caprichos E a deitar com homem tão nobre Tão cheirando a brilho e a cobre Preferia amar com os bichos Ao ouvir tal heresia A cidade em romaria Foi beijar a sua mão O prefeito de joelhos O bispo de olhos vermelhos E o banqueiro com um milhão Vai com ele, vai Geni Vai com ele, vai Geni Você pode nos salvar Você vai nos redimir Você dá pra qualquer um Bendita Geni Foram tantos os pedidos Tão sinceros, tão sentidos Que ela dominou seu asco Nessa noite lancinante Entregou-se a tal amante Como quem dá-se ao carrasco Ele fez tanta sujeira Lambuzou-se a noite inteira Até ficar saciado E nem bem amanhecia Partiu numa nuvem fria Com seu zepelim prateado Num suspiro aliviado Ela se virou de lado E tentou até sorrir Mas logo raiou o dia E a cidade em cantoria Não deixou ela dormir Joga pedra na Geni Joga ***** na Geni Ela é feita pra apanhar Ela é boa de cuspir Ela dá pra qualquer um Maldita Geni

quinta-feira, 13 de agosto de 2009


Stress - Tributo ao Prazer Faça sempre o que lhe der na cabeça Vá depressa antes de tudo acabar Só você pode guiar sua vida Não deixe ninguém lhe censurar Jogue tudo para o alto e viva Aproveite o que puder agüentar Goze o tempo que ainda lhe resta Siga, viva, o desejo paira no ar Siga, viva Satisfaça todas as vontades O prazer que puder imaginar Eles podem prender o teu corpo Mas as tuas idéias eles não vão mudar O pecado é a desculpa daqueles Que não podem fazer o que você faz É a prova da hipocrisia Dos que já fizeram e não fazem mais

Fazer o bem sem olhar a quem
Pode dar prazer, pode trazer dor
Fazer amor, seja com quem for
Pode dar prazer, pode trazer dor

Dor e prazer
Dor e prazer
Dor e prazer
Dor e prazer

Acreditar, por a mão no fogo
Pode dar prazer, pode trazer dor
Se entregar, receber uma flor
Pode dar prazer, pode trazer dor

Dor e prazer
Dor e prazer
Dor e prazer
Dor e prazer

Sei que posso me arrepender
Mas se eu não provar, como vou saber
Pode dar prazer, pode trazer dor
Seja como for

Dor e prazer
Dor e prazer


STRESS - Dor e prazer



LUXÚRIA... LASCÍVIA... MEU CORPO



Muitos são os pretendentes
Que do corpo querem servisse
Dos lábios colher beijos
Muitos são os pretensos amantes
Que querem o abraço
Oferecem rosas, bombons e lúxurias...
Muitos são os lobos famintos
que querem por esta carne
deleitar-se em prazer
Por uns minutos de viver...
Poderia receber mimos ( quem vai saber...)
Mas embrulha-me o estômago
Só o imaginar em fazer...
Deixar o beijo desses meu corpo correr
Meus lábios sugarem
Nos meus seios se fartarem
No meu sexo se lambuzarem
Não quero
Não consigo
Não sou santa!
Não se engane, não é isto!
Mas meu corpo é Templo e não o achei no lixo...
Templo reservado a alguém que talvez eu nem tenha...(triste mar imenso que separa...)
Mas sigo minha vida
E se for da vontade da Divindade
Que este corpo seja entregue
Somente a pira...

Kira, Penha Gonçales.

Eu quero uma mulher que seja diferente De todas que eu já tive,e todas tão iguais Que seja minha amiga, amante e confidente A cúmplice de tudo que eu fizer a mais No corpo tenha o sol, no coração a lua A pele cor dos sonhos, as formas de maçãs A fina transparência, uma elegância nua O mágico fascínio, o cheiro das manhãs Eu quero uma mulher de coloridos modos que morda os lábios sempre que for me abraçar Que seu falar provoque o silenciar de todos E o seu silêncio obrigue a me fazer sonhar Que saiba receber, e saiba ser benvinda Que possa dar jeitinho em tudo que fizer E que ao sorrir provoque, uma covinha linda De dia uma menina, de noite uma mulher

Eu nunca fui uma moça bem-comportada.
Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida,pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal resolvido sem soluços.
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo.Não estou aqui pra que gostem de mim.Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho.E pra seduzir somente o que me acrescenta.
Adoro a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra.
A palavra é meu inferno e minha paz.
Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que me deixa exausta.
Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo.
Sei chorar toda encolhida abraçando as pernas.
Por isso, não me venha com meios-termos,com mais ou menos ou qualquer coisa.Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar...
Eu acredito é em suspiros,mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis,em alegrias explosivas, em olhares faiscantes,em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente.
Acredito em coisas sinceramente compartilhadas.
Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma,no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo.
Eu acredito em profundidades.
E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos.
São eles que me dão a dimensão do que sou."

Maria de Queiroz



Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza,
Qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora,
Qualquer coisa que sente saudade.
Um molejo de amor machucado,
Uma beleza que vem da tristeza de se saber mulher,
Feita apenas para amar, para sofrer pelo seu amor
E para ser só perdão.

Vinícius de Morais