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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Quem foram os Goliardos


Os goliardos,eram jovens intelectuais de espírito livre.Anárquicos, eram opositores de todos aqueles que se reconhecem nas castas sociais medievais, não só aqueles associados ao poder eclesiástico ou político mas também aqueles que estão presos à mediocridade e à ignorância, como os camponeses.
De origem social diversa, eram poetas de índole social e de espírito revolucionário. Nos seus poemas exaltavam a trilogia do jogo, amor e vinho e constituíam fortes criticas ao clero pelos seus vícios, à nobreza por não renunciarem aos privilégios de nascimento e aos camponeses por se submeterem a todo o sofrimento a que estavam sujeitos.Sem domicílio fixo, viajavam de cidade em cidade, ganhando a vida mendigando e fazendo de bobos e jograis. Uma vez na cidade desejada juntavam-se aos professores que mais lhes agradavam a fim de aprenderem com eles. Por sua feroz crítica antipapal,eram freqüentemente associados ao partido gibelino mas na realidade os goliardos iam além: viam no Papa não apenas o hipócrita tutor da tradição moral mas também o expoente de uma hierarquia organizada sob a nova força do dinheiro.Mas também no clero, os goliardos faziam distinção entre os párocos, que são poupados da sua crítica corrosiva por serem considerados vítimas da hierarquia e da avidez dos frades, que, com sua hipócrita profissão de humildade e pobreza, na realidade concorrem com os padres e se apoderam dos fiéis e dos donativos, vivendo uma vida de gozo nos conventos.Os goliardos sofreram perseguições e condenações, e acabaram por desaparecer da cultura dos séculos seguintes, à qual, todavia, deixaram como herança as suas idéias que reviveriam nos intelectuais do Humanismo, durante o Renascimento.
Ficaram célebres goliardos como Huoh Primas of Orleans, Pierre de Blois, Gautier de Châtillon e Phillipe the Chancellor. O tema preferido das suas composições é o amor, em especial o amor que não respeita convenções sociais nem qualquer moral estabelecida, e toda a espécie de prazeres sensuais. Os seus pares não os reconheciam como verdadeiros poetas e, como parece óbvio, gozavam de pouca fama entre os trovadores da corte e os clérigos ortodoxos. Quase todas as suas composições são hinos à livre expressão sexual ou à tirania ideológica, religiosa e moral da Igreja, sem esquecer o poder papal. Gradualmente, os privilégios clericais dos goliardos foram-lhes sendo retirados, até se perder inclusive a própria designação de goliardos, o que vem a acontecer no século XIV, confundindo-se, então, o termo com designações próximas como jogral, menestrel ou segrel. A mais célebre compilação dos cânticos goliardos é os Carmina Burana, textos escritos no século XIII, na Bavária, traduzidos por John Addington Symonds com o título Wine, Women, and Song (1884).

Mais sobre os Goliardos:
http://notasemelodias.blogspot.com/2008/05/notas-sobre-goliardos-sopistas-e-tunos.html
http://nelsonhdcruz.blogspot.com/2009/03/basta-de-mariachis-y-rancheras-es.html

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